é uma das conclusões apresentadas no livro Proprietários: Concentração e Continuidade lançado no dia 2 de abril na sede do Conselho Regional de Economia (Corecon) em São Paulo.

A publicação é o terceiro volume da série Atlas da Nova Estratificação Social do Brasil produzida por Marcio Pochmann presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e vários economistas do órgão.

Do livro consta um levantamento que revela que de cada 20 brasileiros apenas um é dono de alguma propriedade geradora de renda: empresa imóvel propriedade rural ou até mesmo conhecimento – também considerado um bem pelos pesquisadores.

Em entrevista coletiva organizada para o lançamento do livro Pochmann afirmou que a concentração das propriedades no Brasil é antiga e remete aos tempos da colonização.

Desde a concessão das primeiras propriedades agrícolas passando pela industrialização ocorrida no século 20 até o aumento da atividade financeira os meios de produção sempre estiveram sob controle da mesma e restrita parcela da população nacional.

“A urbanização aumentou o número de propriedades e de proprietários mas não acompanhou o aumento da população. A concentração permanece. Nós [brasileiros] nunca vivemos uma experiência de democratização do acesso às propriedades no nosso País“ disse.

De acordo com o livro os proprietários brasileiros têm um perfil específico comum. A grande maioria tem entre 30 e 50 anos de idade é de cor branca concluiu o ensino superior e não têm sócios.

Para Pochmann o quadro da distribuição das propriedades brasileira é grave. O Brasil tem seus meios de produção de riqueza mais mal distribuídos entre os países da América Latina por exemplo. E isso não deve mudar em um curto prazo segundo o economista.

“Estamos fazendo reforma agrária desde os anos 50 e nossa distribuição fundiária é pior do que a de 50 anos atrás; nossa carga tributária onera os mais pobres; a única coisa que vai bem é a educação“ afirmou ele citando dados que apontam que o percentual dos jovens que frequenta a universidade passou de 5 6% em 1995 para cerca de 12% em 2007.

Pochmann disse porem que mesmo com o aumento dos índices da educação ele ainda está muito aquém do encontrado na Europa onde 40% dos jovens têm diploma universitário. Ressaltou também que a mudança da distribuição das propriedades por meio da educação é a forma mais lenta de justiça.

Fonte: Agência Brasil.

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