‘Campanhas salariais de categorias como a dos bancários químicos metalúrgicos petroleiros e trabalhadores dos Correios em 2013 resultaram em um acréscimo nos salários de aproximadamente R$ 12 bilhões; a média de aumento real pode ser calculada entre 1 e 15 ponto percentual; percentual é menor se comparado ao mesmo período do ano anterior que apresentou ganhos nos salários acima da inflação entre 2 e 25 pontos mas resultado é positivo considerando a situação da economia e a resistência dos patrões

Campanhas de bancários químicos metalúrgicos petroleiros e trabalhadores nos Correios no segundo semestre de 2013 resultaram em um acréscimo nos salários de aproximadamente R$ 12 bilhões. A média de aumento real (acima da inflação) dessas categorias profissionais pode ser calculada entre 1 e 15 ponto percentual segundo o Dieese. O percentual é menor se comparado ao mesmo período do ano anterior que apresentou ganhos nos salários acima da inflação entre 2 e 25 pontos.
Mas segundo análise do coordenador técnico sindical do Dieese Airton Gustavo dos Santos o resultado é positivo considerando a situação da economia e a resistência patronal.

"No começo deste ano a projeção para crescimento econômico brasileiro estava entre 4% e 45% mas ao longo do ano foi ficando mais claro que seria difícil alcançar essa meta e as negociações se dificultaram. Com a nova perspectiva econômica que começou a se desenhar o setor patronal começou a ficar com o pé atrás e mais resistente. Podemos dizer que as negociações do segundo semestre foram mais difíceis do que as do primeiro mas mesmo com ganhos reais menores as categorias tiveram reajustes significativos" avalia Santos.

Segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) havia 513 mil bancários no Brasil em 2012 . Com o reajuste de 8% nos salários da categoria estima-se a injeção de aproximadamente R$ 28 bilhões na economia até agosto do ano que vem. A quantia é 145% maior do que a do ano passado. Somada a participação nos lucros ou resultados (PLR) o valor sobe para R$ 87 bilhões. Para se ter ideia os lucros do Bradesco e Santander no primeiro semestre de 2013 totalizaram R$ 88 bilhões. O do Itaú R$ 71 bilhões.

No setor estatal de acordo com estimativas do Dieese os reajustes alcançados pelos trabalhadores dos Correios e pelo petroleiros somam aproximadamente R$ 130 milhões mensais – Correios R$ 31 milhões e petroleiros R$ 98 milhões. A estimativa leva em consideração o salário médio antes e depois dos reajustes e o número de trabalhadores em cada segmento.

Com data-base em 1º de agosto os funcionários dos Correios viram novamente a campanha salarial terminar sem acordo negociado diretamente entre as partes. A direção da empresa ingressou com dissídio coletivo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determinou reajuste de 8% para os 122 mil funcionários em todo o país.

Na Petrobras o resultado econômico "relativamente satisfatório" não é a principal conquista dos trabalhadores em 2013 segundo o coordenador-geral da Federação única dos Petroleiros (FUP) João Antônio de Moraes. "Para nós o grande avanço foi pactuar um seguro para os terceirizados tendo em vista que é muito comum as empresas contratadas não pagarem a esses trabalhadores direitos básicos como 13º salário ou férias quando expiram os seus contratos."

De acordo com a FUP a categoria é formada por aproximadamente 85 mil trabalhadores diretos e outros 300 mil terceirizados. A nova cláusula de convenção coletiva garante a criação de um seguro para onde será destinado de 1% a 5% do valor dos contratos de empresas terceirizadas com a Petrobras. “Há mais de seis anos tentamos fechar algum acordo neste sentido e agora os direitos desses trabalhadores estarão garantidos” disse Moraes.

Os petroleiros tiveram reajuste de 856% na remuneração mínima por nível e regime (RMNR) o que representa aumento real entre 182% e 233%. Mas também garantiram avanços no plano de cargos e salários e implementação de auxílio-medicamento que funcionará como um plano de assistência médica em que a empresa custeia mensalmente uma determinada quantia para não haver mais custos com medicamentos. Em troca os trabalhadores terão desconto fixo mensal de R$ 236 a R$ 1417 de acordo com a faixa de renda. “Foi uma ótima campanha não só do ponto de vista econômico que sem dúvida apresenta ganhos reais consideráveis mas também em direitos estruturantes” avalia o coordenador-geral da FUP.

Indústria paulista

O resultado da campanha salarial dos trabalhadores dos ramos químico cosmético e plástico do estado de São Paulo representará impacto mensal de R$ 61 milhões segundo levantamento do Dieese com base em dados da Rais e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 12 meses concluídos em outubro de 2014 os ganhos serão de aproximadamente R$ 817 milhões.

Em andamento

Entre as principais campanhas deste período também estão os comerciários com data base em 1º de setembro. As reivindicações de aproximadamente 25 milhões de trabalhadores representados pela Federação dos Empregados no Comércio no Estado de São Paulo foram entregues em 5 de agosto mas a campanha ainda não foi concluída. Alguns sindicatos que representam os trabalhadores dos segmentos varejista e lojista estão fechando acordo com reajuste de 85%.

Fonte: 247′

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