Em 2003 os rendimentos mais altos eram 273 vezes maiores do que os salários mais baixos. No ano passado essa proporção havia caído para 235 vezes. Ou seja apesar do avanço os rendimentos do trabalho continuam mal distribuídos.

“Houve melhora (na distribuição da renda) mas ainda estamos longe de um País menos injusto” declarou o presidente do instituto o economista Márcio Pochmann.

O Ipea usou dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que todos os meses faz o levantamento da situação do mercado formal de trabalho em seis regiões metropolitanas do País (São Paulo Rio de Janeiro Porto Alegre Belo Horizonte Recife e Salvador).

Os números do IBGE mostram que entre 2003 e 2007 houve o crescimento de 22% da renda média dos mais pobres ante um aumento de apenas 49% na renda média dos ocupados com maior remuneração.

Márcio Pochmann atribuiu esse desempenho de diminuição da desigualdade à política de reajuste real do salário mínimo implantada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde 2004 e às políticas de transferência de renda como os benefícios concedidos pela Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) com valores de salário mínimo.

“Entre os 40% mais pobres do País essa política foi fundamental para a recuperação do poder aquisitivo” completou Pochmann.

Essas políticas influenciaram segundo o Ipea o índice Gini – medidor internacional de desigualdade de renda em um país que varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1 maior a desigualdade quanto mais perto de zero menor. Em 2003 o índice brasileiro era de 053 ponto. No primeiro trimestre deste ano o índice já havia recuado para 050 ponto.

As projeções do Ipea apontam para um índice de 049 ponto em 2010 se for mantido o crescimento econômico em torno de 5% ao ano até lá.

Pochmann reconheceu que uma taxa de inflação crescente pode atrapalhar essa trajetória bem como as políticas de combate à inflação como elevação de juros. “Mas inflação é algo muito prejudicial” comentou.

PARTICIPAçãO NO PIB

Embora tenham se reduzido as diferenças salariais o Ipea destacou que continua praticamente sem mudanças a participação dos salários no Produto Interno Bruto (PIB ) do País.

Pochmann informou que em 2003 os rendimentos do trabalho assalariado representavam 398% do PIB nacional. No ano passado essa proporção caiu para 391%. “Nos anos 50 essa participação chegava a 50%” observou o economista.

Se o crescimento do PIB se mantiver em 5% nos próximos anos o Ipea projeta um crescimento de 14% nessa participação até 2010 o que levaria o porcentual frente ao PIB um pouco superior ao nível identificado em 2003.

Fonte: Estado de S.Paulo

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