‘A Caixa vai reduzir quase à metade a parte do lucro que repassa por ano ao governo

Essa foi a única saída encontrada para que o banco continue concedendo crédito sem receber nova injeção de recursos do governo.

No ano passado a Caixa repassou R$ 47 bilhões ao governo federal o que equivale a cerca de 85% dos ganhos que são distribuídos como dividendos.

Neste ano o banco acertou com o governo reduzir essa contribuição para 45% segundo apurou a Folha.

Com isso o valor a ser transferido pela Caixa neste ano será reduzido mesmo considerando um aumento do lucro.

Isso porque a concessão de empréstimos que já representa mais da metade da receita do banco terá que ser reduzida o que terá impacto no lucro.

Em 2014 a previsão é que o volume de empréstimos aumente de 22% a 25% uma desaceleração em relação ao ritmo de alta em 2013 (368%). negociação difícil.

O acordo da Caixa com o governo não foi fácil.

A reportagem apurou que o Ministério da Fazenda queria que a Caixa pagasse o equivalente a 60% do seu lucro neste ano.

Mas para manter o crescimento do crédito em 22% e não perder mercado o banco argumentou que só poderia contribuir com o equivalente a 45% no máximo.

Isso representa uma mudança no acordo que a Caixa mantinha até então com o governo seu controlador.

Até agora a expansão de crédito da Caixa foi financiada sem desembolsos do Tesouro Nacional.

Primeiro foram transferidas para o banco ações de empresas que estavam no BNDES.

Depois foram emitidos títulos no mercado em nome da Caixa.

Só no ano passado foram captados R$ 8 bilhões com esses papeis.

Assim o governo capitalizou a Caixa sem aumentar seus gastos para não comprometer as metas fiscais.

Em troca o banco pagou dividendos muito acima da média de mercado para a União o que ajudou a elevar as receitas do governo.

A capitalização teve impacto apenas no aumento da dívida pública bruta que chegou a 57% do PIB em 2013.

O acordo feito com a Caixa pode dificultar ainda mais o esforço do governo em melhorar a poupança que faz para pagar a dívida pública o chamado superavit primário.

Os dividendos de estatais são importantes em um momento em que o crescimento menor da economia brasileira deve reduzir também o ritmo de alta da arrecadação de impostos.

Fonte: Folha.com’

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