O Brasil nunca gerou tantos empregos. A trajetória de crescimento iniciada em 2004 vem abrindo vagas em todos os setores da economia da indústria à construção civil. Desde o início do atual governo foram criadas mais de 68 milhões de vagas com carteira assinada média um pouco superior a 35 mil empregos gerados por dia. A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país em março foi de 86% o mais baixo índice já registrado neste período. A taxa média do 1º trimestre vem caindo desde 2004 quando estava em 121% e hoje encontra-se no inédito patamar de 84% (veja gráfico ao lado).

No entanto o Brasil ainda está longe de atingir o chamado pleno emprego situação em que todas as pessoas que desejam trabalhar estão empregadas. Nesses casos segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) a taxa de desocupação fica entre 3% e 5% no máximo. Na avaliação de especialistas consultados pelo Correio o Brasil até reúne condições de atingir um desemprego entre 5% e 6% ao longo dos próximos anos mas o alto grau de informalidade do mercado de trabalho impedirá que o país ingresse nesse seleto grupo de países de baixo desemprego como Estados Unidos Coréia do Sul e muitas nações européias.
Hoje apesar da recuperação do emprego formal praticamente metade da mão-de-obra ocupada no país não tem carteira assinada situação incompatível com um contexto de pleno emprego. “Pleno emprego para nós brasileiros é algo muito complexo. Precisaríamos atingir uma taxa baixa (de desocupação) de no máximo 5% e também teríamos que registrar uma forte redução da informalidade para algo entre 20% e 30% no máximo” explica Cláudio Salvadori Dedecca professor de economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “Precisamos considerar que nos países onde há pleno emprego a informalidade é próxima de zero.”

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Marcio Pochmann ressalta que a atual taxa de desemprego (de 86%) embora esteja em forte trajetória de queda ainda é muito elevada. “Vale lembrar que em 1989 o desemprego era de 27%. Para que ele caia ainda mais precisaríamos de um sistema público de emprego mais eficiente e de um nível educacional mais alto” defende. “Apenas 20% dos desempregados têm alguma qualificação. Significa dizer que 80% deles têm muito dificuldade para encontrar uma ocupação.”

Pochmann ressalta ainda que os indicadores de pleno emprego (desocupação entre 3% e 5%) foram concebidos para economias desenvolvidas com mercado de trabalho estruturado e sem informalidade. Para o presidente do Ipea a informalidade é estrutural. “Hoje a informalidade ainda é uma estratégia de sobrevivência de quem é excluído do mercado de trabalho devido à idade ou ao baixo grau de instrução. Muito poucos são informais por opção” afirma.

Fonte: Correio Braziliense

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