O Ministério do Planejamento propõe que o mínimo seja elevado dos atuais R$ 510 para R$ 53591. O relator do Orçamento senador Tião Viana (PT-AC) propõe R$ 550.

A guerra em torno do novo mínimo está sendo travada na Comissão Mista de Orçamento que corre para aprovar até o dia 16 quando começa o recesso parlamentar o texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Viana que é candidato ao governo do Acre apresentou uma proposta alternativa para minimizar o desgaste criado com a posição defendida pelo Planejamento que não prevê aumento acima da inflação em 2011.

O relator quer que o cálculo do mínimo considere a média de crescimento do PIB de 2008 e de 2009 mais o índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado nos últimos 12 meses e não apenas o PIB de 2009 como quer a equipe econômica do presidente Lula. O cálculo de Viana eleva o mínimo para R$ 550 ? um aumento real de 246%.

Pela proposta do Planejamento ao considerar o PIB negativo de 02% apurado em 2009 o salário mínimo ficaria em R$ 53591. A reivindicação das centrais que eleva o mínimo para R$ 570 leva em conta a projeção de crescimento neste ano que pode ficar entre 7% e 75%.

“Resolver no voto“. Nas primeiras reuniões com os parlamentares os sindicatos já mostraram que desconsideram a proposta do governo e acham pouco o que foi oferecido por Viana. Em reunião com o relator do Orçamento o presidente interino da Força Sindical Miguel Torres defendeu porcentuais mais altos de reajuste. “Queremos o PIB cheio de 2010. Tudo o que vem de aumento para o trabalhador a equipe econômica diz que não tem dinheiro“ criticou Torres.

Viana diz que é preciso ceder algum aumento real ao trabalhador para manter a coerência dos últimos anos ? em 2006 o mínimo teve o maior aumento real do governo Lula 1304%. “O Ministério do Planejamento não vê dessa maneira. Há também a pressão das centrais. Vamos ter que resolver isso no voto“ admitiu o senador petista.

A maioria dos parlamentares é favorável ao aumento real do mínimo. O deputado petista Pepe Vargas (RS) concorda que é preciso dar reajuste acima da inflação. “Não é algo que vá criar um constrangimento grande e isso tem impacto no crescimento. Mas as centrais estão querendo o PIB de 2010 para negociar melhor o reajuste“ avaliou.

O senador Paulo Paim (PT-RS) já disse que vai defender a proposta das centrais.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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