Um medicamento que diminui os principais sintomas da dengue e que evita a forma hemorrágica da doença poderá estar disponível dentro de três anos. As pesquisas desenvolvidas por cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) com ratos de laboratório demonstraram que o uso do remédio modipafant não permite que as plaquetas sanguíneas saiam dos vasos e migrem para os tecidos como acontece com a dengue hemorrágica evitando a queda das plaquetas.

O medicamento foi lançado originalmente pelo laboratório Pfizer para ser utilizado contra a asma mas seus efeitos não se comprovaram eficientes e ele foi descontinuado. De acordo com a professora Danielle da Glória de Souza do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG o medicamento não atua contra o vírus da dengue mas sim em suas consequências inflamatórias no organismo.

“A droga diminui tanto a doença quanto a letalidade produzida pela dengue. Ela não inibe o vírus em si mas melhora a resposta do hospedeiro [o doente]. Um dos grandes problemas da dengue é a resposta inflamatória induzida pelo vírus. Isso causa um quadro de doença no paciente.”

O modipafant age inibindo um elemento conhecido como “fator de ativação plaquetária” que tem a sigla PAF. A pesquisa da UFMG já tem dois anos e envolve outros dois professores: Mauro Martins Teixeira e Irlândia de Souza. Segundo Danielle Souza os testes em seres humanos dependem de autorização e podem ser realizados já a partir deste ano a um custo estimado de US$ 20 mil. A utilização do modipafant para a dengue já foi patenteada pela universidade mineira.

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