Segundo especialistas a tendência é de que esse movimento se aprofunde nos próximos meses e anos o que traz mais um desafio na já complicada vida dos menores.

Essa mudança de perfil do negócio é explicada por dois movimentos. De um lado os grandes bancos acordaram para o segmento. De outro os pequenos e médios vêm enfrentando uma série de dificuldades que os levaram a botar o pé no freio na concessão de empréstimos em geral o que atingiu também o consignado.

“O que aconteceu nesse segmento é o óbvio: só quem tem escala consegue fazer essa operação ser rentável“ afirmou um banqueiro que desistiu do consignado há cerca de dois anos. Um alto executivo de uma instituição de varejo confirma: “O modelo de negócios que os bancos pequenos imaginaram lá atrás para o consignado não funciona mais“.

Caixa vai facilitar empréstimo na folha

O analista de instituições financeiras da Austin Rating Luís Miguel Santacreu explica a que se refere o executivo. Em primeiro lugar a margem de lucro dos bancos com o consignado é menor que a de outras operações de crédito às pessoas físicas. Ou seja para ganhar dinheiro com o negócio é preciso volume. Em outras palavras ter escala.

O segundo ponto é que essa margem já reduzida ficou ainda menor com os obstáculos à captação de recursos que os bancos pequenos e médios passaram a encontrar depois do estouro da crise global. Na prática isso significa dinheiro mais caro.

“Entre 2002 e 2008 vivemos um período de extrema bonança. Havia funding para tudo e para todos“ lembra o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) Renato Oliva. A entidade representa justamente as instituições financeiras de menor porte. “A partir da crise o foco dos bancos pequenos e médios passou a ser o funding. Antes era o produto de crédito“ afirmou.

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