A negociação com o Bradesco envolve a compra de uma participação acionária grande do BMG porém minoritária com um acordo que daria ao banco da Cidade de Deus a preferência para assumir o controle do BMG dentro de alguns anos apurou o Valor. Alguns negociadores esperam concluir um acordo já nos próximos dias. Procurada a assessoria de imprensa do Bradesco informou que o banco “afirma categoricamente que não procede a informação de que a instituição está perto de concluir negociação“. Sobre a existência de conversas o Bradesco disse não comentar rumores de mercado. O BMG não se manifestou.

O Bradesco entrou em campo desde metade da semana passada para conversar com o BMG. Já havia procurado o banco mineiro antes porém o BMG havia assinado acordo de exclusividade para negociar com o BTG Pactual de André Esteves. Conforme noticiou o Valor em 29 de junho Esteves tem grande interesse em fechar negócio com o BMG e unir a operação com o PanAmericano. O acordo de exclusividade expirou em meados da semana passada e as conversas não foram conclusivas. Pessoas a par do tema disseram que o valor final oferecido por Esteves aos controladores do BMG Flávio Pentagna Guimarães e seu filho Ricardo Annes Guimarães não foi satisfatório. A partir daí o próprio BMG tomou a iniciativa de procurar o Bradesco. O BTG entretanto ainda não teria desistido e pode fazer nova oferta esta semana.

Com qualquer um dos dois interessados não há recursos do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) envolvidos. O Bradesco ofereceu fazer o pagamento parte em ações do banco e parte em dinheiro.

A venda do controle está afastada porque Flávio Pentagna Guimarães fundador do banco mineiro resiste à ideia de desfazer-se do negócio que criou. Doutor Flávio como é chamado ocupa a presidência do conselho de administração e detém 559% das ações ONs. Ricardo é presidente executivo do banco. Ao fim do primeiro trimestre o BMG registrou patrimônio líquido de R$ 36 bilhões.

Uma associação com o Bradesco ou mesmo com o BTG daria ao BMG acesso a recursos mais baratos para financiar sua operação. O modelo de negócio de bancos menores especializados em consignado está em xeque em grande parte pelo alto custo de funding. O BMG é um dos poucos que tem conseguido ceder parte de sua carteira de crédito a bancos maiores. O Bradesco sempre foi um dos mais ativos compradores de carteira do BMG. Há pouco mais de um ano o BMG assumiu as operações do banco Schahin que enfrentava problemas com auxílio de recursos do FGC. (Colaborou Carolina Mandl)

Fonte: Valor Econômico

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