Os dois governos assinarão ainda um memorando de entendimento para cooperação em exploração de petróleo que lança as bases para no futuro consolidar a posição brasileira como fornecedor aos EUA. A disposição de fazer do Brasil grande fornecedor de petróleo aos EUA foi comunicada pela própria presidente Dilma Rousseff a autoridades americanas como revelou o Valor no início do mês.

Um outro programa de impacto está previsto entre os anúncios a serem feitos durante a visita de Obama: um acordo para desenvolver biocombustível para a aviação assunto acompanhado com interesse pela Embraer.

O Brasil já produz o chamado bioquerosene mas só recentemente os americanos desenvolveram tecnologia para fazer com que o combustível possa funcionar em aeronaves a grandes altitudes com temperaturas muito baixas. Seria o começo de um programa de “clean skies“ (céus limpos) a ser lançado pelos dois governos.

O programa de bioquerosene deve ser apresentado como um dos resultados do Fórum de Altos Executivos que chegou a lançar esse tema como uma das possíveis parcerias entre companhias dos dois países. O anúncio do Eximbank inclui a criação de uma linha como a oferecida à Petrobras para investimentos conjuntos do Brasil e dos Estados Unidos em obras de infraestrutura não só ligados ao pré-sal mas também a eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada e para investimentos em infraestrutura de terceiros países.

Entre os financiamentos à investimentos conjuntos em terceiros países os primeiro alvos dessa linha serão os países da áfrica hoje assediados pela China em busca de fornecedores de matéria-prima.

Os discursos dos dois presidentes deverão enfatizar ao lado dos temas políticos e de defesa de direitos humanos a cooperação em projetos de educação e inovação escolhidos entre os principais eixos da cooperação bilateral a partir de agora. Até ontem porém muitos dos acordos negociados ainda não estavam totalmente concluídos e as equipes dos dois governos temiam dar detalhes para evitar frustrações.

Alguns negociadores de ambos os lados se queixavam de dificuldades surgidas no último momento mas diplomatas experientes consideram normal que apareçam pequenas divergências às vésperas do anúncio de comunicados. O simples comunicado conjunto oferecido à imprensa após o encontro neste mês do ministro de Relações Exteriores Antônio Patriota e da secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton em Washington teve sua redação concluída apenas 15 minutos antes de sua divulgação durante a entrevista coletiva das duas autoridades.

Dilma e Obama terão reuniões com as respectivas equipes participarão da conclusão dos trabalhos do Fórum de Altos Executivos – criado em 2007 com 20 dos principais dirigentes de empresas dos dois países – e encerrarão o encontro de empresários promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Americana de Comércio.

A decisão de Obama de chegar no sábado no Rio de Janeiro encurtando sua passagem por Brasília levou ao cancelamento da entrevista que os dois presidentes dariam à imprensa na capital. Hoje autoridades dos dois países deverão comentar a visita que pretendem marcar como o reconhecimento do Brasil como “parceiro estratégico global“ dos EUA.

O governo brasileiro comemora o reconhecimento por significar uma concordância tácita com a crescente atuação do país em assuntos internacionais fora da região latino-americana mesmo não existindo aprovação de todas as iniciativas brasileiras.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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