A pressão inflacionária que para quem vive de salário é um forte redutor de renda combinada com as dívidas inadiáveis assumidas no Natal e no início do ano realimentadas pelos maiores juros do planeta forçaram os brasileiros a sacar R$ 961 bilhões da poupança em fevereiro para um depósito de R$ 954 bilhões no mesmo mês. O volume de retiradas não superava o de entradas desde abril de 2009 — a diferença ficou negativa em R$ 745 milhões segundo informa o jornal “Correio Braziliense”.

Ao mesmo tempo há uma preocupação crescente com a inadimplência segundo registra o jornal o “Estado de São Paulo” a expectativa do comércio varejista é de aumento do calote em 2011 e crescimento mais modesto do setor na casa dos 6%. Por trás da avaliação de que o brasileiro honrará menos seus endividamentos estão o aumento das compras parceladas no final do ano e a perspectiva de elevação dos juros pelo Banco Central registra texto do jornal.

O economista da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) Fernando Sasso prevê que a inadimplência subirá de 25% a 4% este ano. Em 2010 houve uma queda de 185%. A inversão da tendência segundo ele deve se dar principalmente nos primeiros quatro meses do ano quando tradicionalmente há repique do número de “maus pagadores“.

Se valer das reservas familiares depositadas na poupança parece que será uma das únicas alternativas dos trabalhadores brasileiros. Pois o cenário para ampliar a renda e recuperar a poupança com a redução da inadimplência parece cada vez mais distante diante do desaquecimento da economia e da dificuldade que será crescente para negociar acordos salariais com aumento real.

Como relata o jornal “Valor Econômico” hoje no texto “Desaquecimento e inflação complicam acordos salariais” em que registra que “inflação mais alta e perspectivas menos otimistas para o crescimento já complicaram as primeiras negociações salariais na indústria”. O jornal cita as contas feitas por José Milton Camargo vice-presidente do Sindicato dos Comerciários de Curitiba “se negociarmos um reajuste de 7% com inflação em 45% o ganho real de 25% é aplaudido por todos. Mas se a inflação estiver em 65% os mesmos 7% dão um ganho real de apenas 05% e todo mundo reclama“.

Os trabalhadores brasileiros e suas lideranças sindicais estão acostumados a enfrentar situações adversas e cientes do novo cenário. Através de suas centrais sindicais vão mostrar para o governo federal e para os setores empresariais a importância de se manter a recuperação salarial como condição de se assegurar o mercado interno recuperar a poupança e manter os níveis de crescimento da nossa economia.

Da Redação da Contec

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