O BRB de Brasília está em negociação com o BB. Segundo os especialistas ouvidos pelo DCI a CEF precisaria aumentar seu patrimônio rapidamente para conseguir atender à demanda criada pelo programa habitacional federal “Minha Casa Minha Vida“.

O diretor da InterCapital Finanças Fábio de Carvalho Pinto diz que uma venda a instituições privadas seria mais difícil. “A legislação exige que para qualquer tipo de alienação seja feito um leilão com igualdade de condições“.

Caso algumas dessas instituições possuam depósitos judiciais continua ele que só podem ser administrados por bancos públicos a venda a um banco federal se tornaria mais fácil. “Além disso a Caixa já declarou que necessita expandir seu patrimônio para poder se alavancar mais e atender à demanda gerada pelo programa habitacional do governo.“ Segundo o especialista agregar patrimônio de outra instituição seria a forma mais rápida de melhorar seu índice de Basiléia e poder emprestar mais.

Para o analista de instituições financeiras da Austin Ratings Luís Miguel Santacreu a CEF teria condições confortáveis para realizar o negócio. “O banco tem uma condição de liquidez confortável para aquisições. Seria um negócio interessante para a instituição que ao contrário do Banco do Brasil ainda não fez aquisições depois da autorização via medida provisória“.

Lançada no ano passado a MP que foi uma das medidas anticíclicas do governo autorizava os bancos federais a adquirir instituições financeiras ou participações.

Depois da medida a Caixa criou a Caixapar com esse objetivo. A instituição no entanto ainda não foi acionada. Carvalho Pinto acredita que a instituição pública deverá se movimentar para aumentar seu patrimônio rapidamente por meio de aquisições. “A CEF passa a assumir uma posição pró-ativa em ampliar seus limites para atender ao programa habitacional tendo em vista a leve porém consistente retomada econômica no mercado interno e o acesso de novos mutuários.“

Ainda segundo ele a Caixa possui vasta rede de agências e tecnologia da informação avançada. “A vocação da instituição é fomentar o setor habitacional e saneamento por isso ela tem agências em todos os municípios do País. Com certeza teria muito mais facilidade para uma hipotética integração do que o Banco do Brasil terá com a Nossa Caixa e o Votorantim“ analisa.

Dos bancos especulados Banrisul e BRB seriam os mais atrativos segundo Santacreu da Austin. “O Banrisul seria politicamente difícil por necessitar de aprovação em assembléia e haver um forte caráter de identificação regional. O BRB por outro lado conta com a elevada renda média de Brasília além de grande parte dos clientes ser de servidores públicos“ diz o especialista.

Para os bancos privados continua Santacreu também seriam boas alternativas. “Porém há uma postura ideológica do governo que era contra privatizações no governo anterior. Para os bancos privados seria interessante porém há que ver se existe apelo político e financeiro para governantes“ contrapõe o Santacreu

Suspensão

Segundo a assessoria de imprensa do BB as negociações com o Banestes estão suspensas. A instituição não descarta retomá-las posteriormente. O banco acredita ainda que neste momento deve concentrar suas forças na integração das instituições adquiridas recentemente – Banco do Estado do Piauí Besc e 50% do Votorantim. Este último está sujeito à aprovação do BC.

O banco ainda negocia com o BRB. Apesar da afirmação do governador do estado de que as negociações estariam encerradas logo após a mudança da direção do banco federal o BB afirma que não foi comunicado oficialmente e segue interessado na aquisição.

Fonte: DCI

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