Os lucros não devem apresentar grandes elevações apesar de se manterem em patamar elevado. A expectativa é que os resultados venham mais ou menos em linha com os números de 2008 nada mal para um ano que começou com uma recessão acompanhada de uma explosão da inadimplência nos empréstimos.

Os calotes aliás devem ser o maior vilão dos balanços. Com a inadimplência média do sistema tendo atingido o pico de 86% entre os empréstimos de consumo e 4% entre as empresas – duas vezes maior que no ano anterior – os bancos tiveram de reforçar suas provisões e os gastos com as carteiras em atraso dispararam.

Segundo levantamento do professor da Fipecafi Alexandre Assaf Neto as chamadas despesas com crédito de liquidação duvidosa quase dobraram em 2009 até setembro quando comparado com os números de anos anteriores.

No Santander por exemplo essas despesas consumiram quase um terço (33%) das receitas com intermediação financeira entre janeiro e setembro. Em 2008 esse percentual era de 144% mesmo patamar de 2007.

No Bradesco os gastos com calotes passaram de uma fatia de 137% das receitas com intermediação financeira para 213% até setembro de 2009. No Banco do Brasil o indicador pulou de 15% para 20% enquanto o Itaú Unibanco consegui se manter na casa dos 21% dessas receitas.

Nesse último trimestre os bancos conseguiram conter a alta dos calotes e devem apresentar números melhores nos seus balanços mas a manutenção da melhora na qualidade das carteiras ainda depende da atividade econômica. “A tendência é que as despesas com crédito duvidoso voltem para a média mas o PIB precisa continuar crescendo“ diz Assaf Neto autor de diversos livros do mercado financeiro.

Com esse novo patamar de despesas com calotes e um avanço mais modesto do crédito dada a crise a rentabilidade média dos bancões também deve permanecer em níveis mais baixos do que nos anos anteriores.

Os grandes devem divulgar resultados similares ao terceiro trimestre diz o Banco Fator em relatório porém com taxas mais elevadas de crescimento das suas carteiras de crédito e estabilidade nos indicadores de inadimplência. “Esperamos rentabildiade média entre os grandes bancos de 229% contra 226% no trimestre anterior“ diz a análise.

Em termos de lucro líquido os analistas também esperam que se repitam os números do terceiro trimestre com Itaú na casa dos R$ 28 bilhões Bradesco e Banco do Brasil perto de R$ 18 bilhão e Santander com R$ 12 bilhão.

Se confirmadas as expectativas o lucro dos cinco maiores bancos incluindo a Caixa Econômica Federal poderia novamente superar os R$ 30 bilhões no ano bem próximo ao patamar de 2008.

é preciso lembrar que no quarto trimestre tanto o Bradesco irá consolidar os resultados do Banco ibi quanto o Bando do Brasil passa a incorporar a parcela que lhe cabe nas receitas do Banco Votorantim.

Já o Itaú Unibanco continua tendo a melhor avaliação pelas equipes de pesquisa das corretoras mesmo sem reverter parte das provisões adicionais que superam os R$ 6 bilhões. O índice de eficiência do banco deve melhorar 30 pontos básicos para 462% com os ganhos de sinergia da integração das duas instituições diz a Merrill Lynch em relatório para clientes.

Fonte: Valor Econômico / CONTEC

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.