A audiência acontece na Câmara Municipal de São Bernardo do Campo (SP) berço do movimento sindical no ABC. Os antigos parceiros do presidente alegam que foram perseguidos políticos e perderam emprego nas fábricas e montadoras. Eles reivindicam valores de como se na ativa estivessem. Em média cada um pede prestação mensal de R$25 mil. Alguns pleiteiam ainda divisão de lucros das empresas em que trabalharam.

O presidente da Comissão de Anistia Paulo Abrão resistiu a realizar a sessão em São Bernardo para evitar associação do julgamento com a imagem de Lula e eventuais benefícios para seus ex-companheiros. Abrão acabou convencido pelos metalúrgicos a realizar o encontro no ABC mas fora do sindicato.

O grupo fez parte da comissão de mobilização do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC no período mais conturbado das greves na virada dos anos 70 para os 80. Tiveram a incumbência de manter as mobilizações e os piquetes nas portas das fábricas enquanto diretores do sindicato – caso de Lula Djalma Bom e Gilson Menezes entre outros – estavam presos e incomunicáveis. Lula presidiu o sindicato.

Segundo o presidente da Associação dos Metalúrgicos e Anistiados do ABC Manoel Anísio Gomes esses 41 sindicalistas perderam seus empregos na época da ditadura e hoje vivem de bicos. Ele afirmou que no pedido de indenização à comissão não considerou a evolução na carreira ou seja que tivessem direito a benefício mensal equivalente ao topo da carreira.

Parte das empresas em que eles trabalharam não existe mais. Alguns metalúrgicos porém cobram participação no lucro das empresas que ainda funcionam destaca Anísio:

– é uma indenização justa para trabalhadores que foram perseguidos e que para o público em geral não ficaram conhecidos nem tão famosos quanto outros. Mas sem eles as greves não teriam alcançado todos os resultados. A “peãozada“ tem direito a essa reparação.

Entre os anistiados os mais próximos de Lula eram João de Oliveira da Silva o João Chapéu Antenor Biolcatti e Pedro Bispo Barros. E ainda Keiji Kanashiro que assumiu a secretaria executiva do Ministério dos Transportes no início do primeiro mandato de Lula.

Fonte: O Globo

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