O levantamento foi feito pela Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Das 27 vítimas fatais deste ano 15 eram clientes e cinco vigilantes de bancos. Outros três eram policiais. Houve também três mortes de transeuntes. Um bancário assassinado completa a lista.

De janeiro a junho o Estado de São Paulo teve seis mortes em assaltos a banco. Bahia e Rio de Janeiro quatro cada. Três mortes ocorreram em Alagoas. No Ceará e em Pernambuco duas. Outros cinco Estados além do Distrito Federal registraram uma morte no período: Espírito Santo Minas Gerais Mato Grosso Pará e Rio Grande do Sul.

Em relação ao primeiro semestre de 2011 quando morreram 23 pessoas houve um aumento de 174% no total de casos. Ao longo de todo o ano de 2010 quando a pesquisa teve início houve 23 mortes. “Esses números demonstram que há uma tendência de aumento da letalidade dos assaltos“ observa José Boaventura Santos presidente da CNTV.

Conforme dados do Dieese os cinco maiores bancos gastaram em segurança e vigilância cerca de R$ 26 bilhões em 2011 o que equivale a 52% do lucro obtido por eles no período que chegou a R$ 507 bilhões. O crime conhecido como “saidinha de banco“ no qual a vítima é monitorada desde quando ainda está dentro da agência é o que mais causou mortes. Foram 14 no período analisado. “Os bancos não estão oferecendo condições para que os clientes façam as suas operações com segurança“ avalia Santos.

As entidades sindicais defendem que a Lei Federal 7.102 em vigor desde 1983 seja atualizada. Entre as mudanças defendidas estão a obrigatoriedade de portas giratórias antes dos caixas eletrônicos a instalação de câmeras de monitoramento internas e externas a exigência de mais de um vigilante em cada agência e a instituição de punições mais duras aos bancos em caso de descumprimento da legislação.

“A lei atual é muito antiga limita em 20 mil Ufirs (Unidades Fiscais de Referência) as multas o que é muito pouco para quem lucra bilhões“ diz Cordeiro. Os sindicalistas propõem ainda medidas como a implantação de biombos entre os caixas e a fila de espera e de divisórias entre os caixas. Outra medida é a isenção de tarifas das transferência de dinheiro entre bancos diferentes. No próximo mês as mesmas entidades devem divulgar uma nova pesquisa nacional desta vez sobre o número total de ocorrências como assaltos e explosões de caixas eletrônicos. Procurada pela Agência Brasil a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se manifestou sobre a pesquisa por meio de uma nota assinada pela sua diretoria de comunicação.

“A segurança dos seus funcionários e clientes é uma preocupação central dos bancos associados à Febraban“ diz a nota que aponta que as instituições bancárias seguem a legislação federal em vigor. Segundo a entidade a quantidade de assaltos a bancos no Brasil caiu de 1.903 em 2000 para 422 em 2011.

“Os investimentos em sistemas de segurança física e eletrônica vem possibilitando que o número de assaltos a banco em todo o Brasil venha caindo consistentemente ao longo dos anos“ informa o comunicado. A Febraban afirma ainda que os bancos atuam em estreita parceria com governos autoridades policiais e Poder Judiciário para combater os crimes e propor novos padrões de proteção.

Fonte: Terra

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