Como a organização do evento tem em sua carta de princípios a decisão de não adotar posições oficiais para não forçar um consenso a assembleia final ouviu movimentos sociais e outras entidades. Os protestos serviriam para “marcar posição“ e tentar influenciar governos para que optem por alternativas a políticas consideradas globalizantes e neoliberais.

Dentre as ações que devem ocorrer ainda neste ano estão um ato pelo direito das mulheres no dia 8 de março; uma semana de protestos contra a guerra e o capitalismo entre 28 março e 6 de abril; e uma ação em defesa do ambiente e dos índios em 12 de outubro. Fora do Brasil também devem ocorrer manifestações durante o Fórum Mundial das águas a ser realizado em Istambul na Turquia e para pressionar países a agir contra as mudanças climáticas durante a próxima Conferência do Clima da ONU.

Cândido Grzybowski um dos organizadores do fórum e diretor do Ibase (Instituto Brasileiro de Análise Social e Econômica) fez uma avaliação do evento que teve 133 mil participantes de 142 países. Para defender a ausência de resoluções oficiais ele disse que o FSM não pretende “fazer a velha política“ em que uns definem o que é prioridade para outros.

Já o sociólogo Emir Sader viu com frustração o resultado. “Há um certo sentimento de frustração em relação ao que o fórum poderia dizer o mundo mas parece que está girando em falso.“ Ele defende mais espaço para governos e movimentos sociais no evento e criticou o excesso de ONGs. “Onde estão as massas nas ruas mobilizadas pelas ONGs? Quem faz o fórum são os movimentos populares. Elas [ONGs] têm lugar mas o protagonismo tem que ser dos movimentos sociais“ afirmou.

Para Oded Grajew um dos idealizadores o calendário reforça o motivo que fez o encontro sair de Porto Alegre onde nasceu e trocar de cidade a cada edição. “A ideia é espalhar.“

O Conselho Internacional do FSM se reunirá hoje e amanhã para avaliar o evento. Já está definido que em 2010 o evento será descentralizado com um dia de desmobilização global. Um FSM único voltará a ocorrer em 2011 provavelmente na áfrica. Outra possibilidade aventada no último dia é promover um evento nos EUA.

Com Barack Obama afirmou Grajew a ideia ganha força. “Sempre foi um obstáculo fazer isso lá por causa de [George W.] Bush. Havia uma criminalização dos movimentos sociais.“ O país deve sediar na metade de 2010 o 2º Fórum Social dos EUA aplacando assim a vontade daqueles que querem levar o FSM global ao país.

Fonte: Folha de S.Paulo

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