Sabe-se agora que a primeira data cogitada pelo BC para decretar a intervenção era 25 de maio. Tudo indica que quando os controladores venderam os papéis já haviam sido informados dos problemas encontrados pela fiscalização do BC inclusive porque foi dado um prazo aos donos do banco para que equacionassem os problemas. Conforme antecipou o Valor o BC apontou a existência de créditos fictícios o que levou à intervenção na segunda-feira.

O comprador dos papéis foi o fundo Caieiras com patrimônio de pouco mais de R$ 15 bilhão e posições especulativas em ações e no mercado futuro. Procurado o Morgan Stanley disse que não se pronuncia sobre suas operações. O Cruzeiro do Sul e seus acionistas disseram que não comentariam a operação.

Tão incomum quanto a decisão de vender as ações na iminência da intervenção é a atitude de um investidor de comprar volume tão grande de papéis de um banco que sabia-se no mercado enfrentava problemas.

A versão dos controladores para a operação segundo uma pessoa a par do caso é que na ponta final compradora estavam dois veículos de investimento de Luis Felippe e Luis Octavio Indio da Costa pai e filho donos do banco. O Morgan Stanley teria financiado a transação. Paralelamente para garantir o pagamento do empréstimo teria emitido CDBs comprados pelos controladores com o dinheiro da venda das ações. A operação parece não fazer sentido principalmente por ter ocorrido pouco antes da intervenção.

O Cruzeiro estava desenquadrado do “free float“ mínimo desde o fim de 2008 quando fez uma operação de recompra de ações para elevar o valor dos papéis.

Fonte: Valor Econômico

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