Entre os analfabetos a renda média mensal em 31 de dezembro de 2008 era de R$ 61480 para os homens enquanto para as mulheres trabalhadoras ficava em R$ 50695.

Esse fenômeno se verifica entre os trabalhadores com formação em nível superior. A média salarial para esse grau de instrução à época era de R$ 3.46182. No caso dos homens essa renda subiria para R$ 4.62398. Se o assalariado fosse mulher o salário seria de R$ 2.65647.

Para o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves professor titular da Escola Nacional de Ciências Estatísticas ligada ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existe no mercado de trabalho uma espécie de “segregação ocupacional” na qual as mulheres estão em posições de menor prestígio formalização e proteção social.

A socióloga Eva Blay ex-senadora (PSDB-SP) e professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP) assinala que as mulheres estão subindo lentamente na hierarquia dos postos do mercado de trabalho. Ela aponta que as relações de trabalho ainda são marcadas pelo machismo. “O mercado resiste em contratar uma mulher por medo de que ela não consiga se impor aos demais trabalhadores homens.”

Segundo a acadêmica ainda pesa contra as mulheres preconceitos como a falsa ideia de que elas faltam mais ao serviço do que os homens.

Além do trabalho fora de casa as mulheres precisam se dedicar a atividades não remuneradas como os afazeres domésticos. Segundo dados do IBGE referentes a 2007 as mulheres de 10 anos de idade ou mais se dedicavam 223 horas semanais aos afazeres domésticos contra 52 horas dos homens.

“Estamos muito longe de ter uma cultura em que marido e mulher cooperem com esses afazeres” lamenta Neuma Aguiar professora de sociologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“A gente é invisibilizada. Parece que lavar e consertar roupa preparar comida ou cuidar da pessoa doente estão descoladas da produção da riqueza mas não estão” critica Fátima Lucena professora do Departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

“Participamos da produção da riqueza mas na hora da distribuição perdemos muito mais do que os homens” lamenta. Fátima Lucena no entanto faz uma autocrítica: “A mulher não é somente vítima mas também construtora das relações sociais”.

A socióloga Marlise Matos chefe do Departamento de Sociologia da UFMG concorda. “Homens e mulheres são socializados em uma cultura tradicional conservadora patriarcal machista. Esse é o caldo cultural que não é privilégio dos homens. Há um ciclo de retroalimentações do qual as mulheres têm responsabilidade porque não quebram” avalia.

Fonte: Agência Brasil / CONTEC

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