‘Antes de tudo gostaria de isentar a diretoria da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia – AEBA da qual faço parte de qualquer compromisso com este texto. Ele reflete tão somente opiniões pessoais que construí ao longo de quase 15 anos como empregado do Banco da Amazônia e de cinco anos como membro da diretoria da AEBA.

Inicialmente é preciso refletir sobre o que queremos de uma diretoria. Quanto a isso acredito que existe certo consenso embora com pesos diferentes para um ou outro lado. De um lado queremos um conjunto de administradores capaz de gerir um patrimônio de 32 Bi fazer avançar a presença do banco na região e comprometê-lo de fato com um tipo de desenvolvimento desejável nos tempos atuais. Tudo isso com rentabilidade. Vê-se logo que não parece algo fácil. De outro lado e minha posição está mais aqui queremos alguém que olhe para os trabalhadores como pessoas e não como simples estatísticas e números. E nesse tipo de visão compreender e empreender mudanças que tornem o Banco da Amazônia uma referência internacional como empregador empreendedor transformador preservador.

Em princípio essa equação parece insolúvel. Diria um pessimista acomodado que almejar um banco que obtenha lucratividade promovendo o desenvolvimento sustentável e ao mesmo tempo valorizando seus quadros é uma utopia. Mas a política alguém já disse é a construção do impossível e depois de tantos anos de experiência humana deletéria não há mais espaço para teses conformistas e céticas. Neste caso nossa utopia também pode funcionar como um guia um horizonte ainda que difícil de alcançar nos impulsiona a caminhar.

Em seguida acredito que há também nesse tema certo exagero a cerca da capacidade e das possiblidades de um indivíduo ou de pequeno grupo. O mais adequado seria a construção de um arranjo de forças da região norte assentado sobre um pacto baseado num plano para longo prazo para a região e para o Banco da Amazônia. Enquanto assistimos à guerra de foice pela diretoria do banco vemos se distanciar a disposição e capacidade de pensar para a implantação um projeto para a Amazônia. No Brasil é assim que funciona o importante é o cargo e não o que se vai fazer a partir dele. é por isso que apesar de anos de experiência de trabalho experiência na gestão de bens coletivos mestrado estudo de idiomas não me sinto disposto a ser um gestor do BASA por que não há um projeto de atuação para o desenvolvimento– o projeto é o poder!

Grupos internos que “cresceram” na atual gestão defendem a permanência do atual presidente. Baseiam-se nos números atuais mas se esquecem do massacre que esta gestão promoveu contra os empregados. Outros grupos os que podem “crescer” internamente com a mudança da gestão lutam por uma nomeação mas correm o risco de entregar o banco a setores políticos de históricos complicados. No fundo o que está em questão é a luta interna pelo poder e não um projeto de empresa que sequer existe de parte a parte.

Da minha parte confesso que meu calibre é pequeno para entrar nessa seara ainda mais porque até hoje ninguém se dispôs a discutir um projeto de atuação do banco na região. E além disso nesse momento conturbado confuso e incerto tenho apenas uma certeza – os empregados vão continuar sofrendo com os baixos salários com as dificuldades da assistência à saúde com as vicissitudes da política previdenciária com o assédio permanente por metas com as avaliações injustas com o assédio moral com as reestruturações empurradas goela abaixo ameaças e com possíveis desmandos de todos os tipos.

Nesse quadro continuarei fazendo aquilo que ninguém quer fazer: piquetes greves ações judiciais manifestações ajudando a orientar a AEBA e todas as entidades para defender ajudar organizar e mobilizar forças em nossa defesa empregados e aposentados do banco. Ajudar a construir uma fortaleza para todos e cada um dos empregados de Bacabal a Cruzeiro do Sul um lugar em que cada demanda será levada a sério um lugar em que se busque preparação para resolver não apenas os grandes problemas mas também e principalmente os pequenos por que algo me diz que independente de quem será ou continuará presidente do Banco da Amazônia teremos grandes batalhas pela frente.

SILVIO KANNER * Engenheiro agrônomo é servidor de carreira do Basa o Banco da Amazônia S/A e presidente há cinco anos da AEBA a Associação dos Empregados do Banco da Amazônia. Graduado em agronomia pela UFRA a Universidade Federal Rural da Amazônia antiga FCAP Faculdade de Ciências Agrárias do Pará. Mestre em Agriculturas Familiares Amazônicas e Desenvolvimento Sustentável pelo Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural da UFPA a Universidade Federal do Pará.’

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.