é consenso entre os especialistas que para sobreviver nesse ambiente competitivo as instituições precisarão de escala. Em outras palavras terão de ser cada vez maiores para manter – ou até elevar – os níveis de rentabilidade.

Os protagonistas dos novos negócios são o Banco do Brasil e o Bradesco que foram ultrapassados no ranking nacional pelo conglomerado Itaú-Unibanco. Os dois estariam disputando as instituições que teriam tamanho suficiente para na pior das hipóteses aproximá-los do Itaú-Unibanco: Votorantim e Nossa Caixa são alvo de propostas. Safra e Citi são eventuais candidatos a negociação na avaliação de analistas de mercado.

As negociações para a venda da Nossa Caixa para o BB avançaram nos últimos dias. Já o Votorantim segundo pessoas próximas às negociações está sendo analisado pelo BB e pelo Bradesco.

O Bradesco teria desistido do negócio há algumas semanas mas voltou a mostrar interesse depois do anúncio da união entre Itaú e Unibanco. Seu interesse inicial era levar 100% do Votorantim por aproximadamente R$ 20 bilhões.

Já o BB negocia com o Votorantim para fazer uma proposta de R$ 10 bilhões por metade do capital do banco. A dificuldade nesse caso é quem manda no banco. Os Ermirio de Moraes donos do banco hesitam em serem sócios minoritários de uma estatal. E o BB não aceita ser coadjuvante.

LIDERANçA

Os números dos quatro bancos que estão no centro das especulações ajudam a entender a nova corrida por fusões e aquisições. Com a fusão Itaú e Unibanco passaram a ter ativos totais de R$ 575 bilhões. O Bradesco tinha em 30 de setembro R$ 4227 bilhões e o Banco do Brasil R$ 4035 bilhões em 30 de junho (último dado disponível).

No fim de junho o banco Votorantim possuía ativos totais de R$ 736 bilhões o Safra de R$ 617 bilhões a Nossa Caixa de R$ 54 bilhões e o Citi R$ 394 bilhões. São eles que de alguma maneira podem fazer diferença do ponto de vista do ranking. Os outros são considerados pequenos demais.

O presidente da Engenheiros Financeiros & Consultores Carlos Coradi diz que o grande problema para BB e Bradesco agora é o fato de que não há mais no setor outra instituição do porte e com as características do Unibanco forte no varejo e na área corporativa. “Além de Nossa Caixa sobram Safra que é de uma família muito tradicional e Votorantim de outro poderoso grupo“ disse. “Acho difícil uma negociação.“

Seja qual for o resultado dessa corrida há uma certeza: a concentração bancária no Brasil vai aumentar o que pode ser ruim do ponto de vista do cliente já que reduz a concorrência.

O presidente da Austin Rating Erivelto Rodrigues nota que em 1994 os três maiores bancos do País detinham 35% dos ativos. Hoje têm 60%. Para ele o mercado deve ter daqui a dez anos só três grandes bancos de varejo sendo um deles federal.

O professor Alberto Borges Matias da USP de Ribeirão Preto vai mais longe. Para ele o Brasil poderá assistir à criação de um megabanco resultado da fusão do Itaú-Unibanco com o Bradesco.
Fonte: Estado de S.Paulo

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