Em setembro começa a funcionar em Campinas (interior paulista) o Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol um instituto dedicado a pesquisar formas de obter o máximo de energia da celulose das plantas.

A corrida pelo álcool de segunda geração vem sendo liderada pelos EUA que investem maciçamente nessa linha de pesquisa. O objetivo é tornar o álcool de celulose comercialmente viável num prazo curto –menos de dez anos.

Isso permitirá transformar em combustível matérias-primas que hoje vão para o lixo como a palha de cana ou no caso americano um capim chamado “switchgrass“ e também a palha do milho.
O investimento inicial do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia) no projeto brasileiro é de R$ 69 milhões. Para comparação os Estados Unidos vão investir US$ 1 bilhão em nove refinarias do tipo entre 2008 e 2013.

Para 2010 em diante ano de mudança dos governos federal e estadual não existe um orçamento definido. Não é a primeira vez que que se anuncia um centro nestes moldes no Brasil. O Brasil hoje como os demais países usa comercialmente a chamada tecnologia de primeira geração de etanol. A sacarose da cana é fermentada para então dar forma ao álcool.

Daqui em diante entretanto cientistas e empresas pensam no desenvolvimento da chamada segunda geração. Seu desenvolvimento envolve quebrar a parede celular da cana-de-açúcar composta de celulose e potencialmente rica em energia. O problema é que a celulose não fermenta e sua quebra precisa ser feita por meio de enzimas ou solventes. Até hoje não se conseguiu fazer isso em escala comercial mas o prêmio para quem conseguir é grande.

“Pelos nossos cálculos é possível ter um ganho de produção na mesma área plantada de cana da ordem de 40%“ afirma o botânico Marcos Buckeridge da USP recém-escolhido diretor científico do CTBE. O grande ícone do novo centro entretanto deve começar a ser testado em janeiro. ‘Teremos uma planta piloto totalmente voltada para a segunda geração“ diz Buckeridge.

O time de cientistas do CTBE terá 42 pessoas. Parte do grupo terá o desafio de quebrar a parede celular sem o uso de solventes caros e sem a produção colateral de muitos resíduos. Em três ou quatro anos calcula Buckeridge esse campo de pesquisa deve começar a render frutos. Resta saber se no Brasil nos EUA ou na Europa.

Fonte: Folha Online

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