Entre 2008 e 2009 as operações indiretas do BNDES tinha subido 20%. Já nos sete primeiros meses deste ano o volume emprestado pela instituição por meio de bancos comerciais chegou a R$ 5009 bilhões bem perto dos R$ 58 bilhões de todo o ano passado.

Mantido o ritmo a alta pode chegar a 70% no fim do ano.

Entre janeiro e julho quase três quartos dos R$ 726 bilhões desembolsados pelo BNDES passaram por bancos comerciais. No ano passado quando o BNDES bateu recorde de R$ 137 bilhões em liberações a modalidade indireta havia respondido por cerca de 40% do total. O crescimento vem do aquecimento da demanda por crédito provocada pelo Programa de Sustentação do Investimento (PSI) com taxas de juros mais baixas para incentivar investimentos.

Como não tem agências o BNDES usa as redes dos bancos comerciais para chegar às empresas interessadas nas linhas de financiamento para máquinas e equipamentos (Finame) Finem (para projetos e ativos fixos) Exim (exportação) e no Cartão BNDES. Além de capilaridade o BNDES ganha agilidade.

Já os bancos além de lucrar com parte do spread das operações agregam à sua cesta produtos de longo prazo com o caixa do BNDES. A participação do banco no total de empréstimos de mais de três anos para empresas no País era de 70% em junho. Essa concentração vinha caindo até a crise mas teve novo impulso com a criação do PSI.

Pequenas empresas. O PSI ampliou o acesso das pequenas empresas ao crédito para investimento elevando a participação do segmento nos desembolsos do BNDES de 175% para 3617% este ano. Como a média das operações fica em torno de R$ 260 mil os bancos viram a demanda por linhas do BNDES explodir.

“O crédito para máquinas e automotivos é o mais procurado. O PSI reduziu as taxas da casa de 12% a 14% para os atuais 55% ao ano condições muito atraentes. Por isso o crescimento da demanda foi muito grande“ conta Rodrigo Caramez diretor de produtos de pessoa jurídica do HSBC. “Cerca de 40% dos nossos clientes são pequenas empresas mas as grandes também usam as linhas do BNDES. Temos operações que vão de um novo balcão frigorífico de uma padaria à caldeira nova de uma usina de álcool.“ O HSBC não tinha atuação forte com o BNDES mas a demanda motivou o esforço do banco para aumentar as operações. Nos sete primeiros meses deste ano o HSBC intermediou quase R$ 1 bilhão do BNDES.

No topo da lista dos maiores repassadores figuram Bradesco e Banco do Brasil. Este ano cada um dos dois já ultrapassou R$ 10 bilhões em recursos contratados. Para alcançar os concorrentes o Itaú Unibanco reorientou seu foco e já emprestou R$ 74 bilhões da instituição este ano.

No segmento de pequenas empresas elevou em mais de 500% o volume de operações e acaba de adotar o Cartão BNDES..

“Os bancos adoram as operações do BNDES. é barato fácil de vender e a inadimplência é muito baixa. Há bancos criando estruturas internas para se concentrar mais nas linhas do BNDES“ conta o superintendente de Operações Indiretas do BNDES Cláudio Bernardo Moraes.

Embora reconheça que o negócio é vantajoso para os bancos o diretor de empréstimos e financiamentos do Bradesco Osmar Roncolato Pinho diz que o principal ganho é na fidelização do cliente. “O diferencial das taxas do BNDES é muito grande. O cliente que faz uma operação acaba trazendo para a agência outras demandas como folha de pagamento e crédito para giro.“

Fonte: O Estado de S.Paulo

Deixe um comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios estão marcados *

Postar Comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.