Depois de o Banco do Brasil começar a oferecer financiamento imobiliário a CEF (Caixa Econômica Federal) contra-ataca e se prepara para atuar no mercado de câmbio e crédito para o comércio exterior um dos negócios fortes do BB.

A CEF conseguiu autorização do Banco Central para operar com câmbio em 2006 mas ainda não oferece nenhum serviço nessa área. Agora o banco conclui mudanças internas para até 2009 comprar e vender moeda estrangeira aos clientes. E oferecer linhas de financiamento e contratos de câmbio para empresários que trabalham com exportação e importação principalmente pequenas e microempresas.

O primeiro passo já em funcionamento foi um projeto-piloto de venda de dólares para os funcionários. Até o ano que vem todos os clientes da instituição poderão comprar moeda estrangeira nas agências antes de viajar para o exterior o chamado “câmbio manual“.

A abertura desse mercado autorizada na semana passada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) também vai beneficiar a instituição. O banco tem interesse em transformar as casas lotéricas hoje seus correspondentes bancários em correspondentes cambiais -que poderão fazer operações de envio e recebimento de remessas de dólares do exterior.

De todas as novas operações internacionais da Caixa Econômica essa é a mais incipiente. Os outros projetos estão em fase de conclusão.

Outra parte do projeto internacional da instituição é voltado para as empresas ligado aos objetivos da política industrial do governo de ampliar o número de exportadores do país. A CEF vai operar com câmbio para exportação e importação e linhas de financiamento de ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio) e ACE (Adiantamento de Contrato de Exportação).

O ACC é uma linha de crédito de capital de giro para exportações em que o banco antecipa em reais o valor de um bem que será exportado no futuro. O ACE é o crédito também em reais do valor de uma mercadoria que já foi embarcada para o exterior mas o cliente estrangeiro vai pagar a empresa a prazo em dólares ou euros.

Segundo o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Carlos Brito o banco identificou demanda de 8.000 empresas que já são seus clientes por serviços ligados ao comércio exterior. Hoje apenas 37 mil empresas no país trabalham com exportação ou importação. A meta do governo federal com a política industrial é aumentar em 10% o número de empresas exportadoras principalmente as de pequeno porte até 2010.

“O nosso objetivo ao entrar nesse mercado é ter um portfólio completo e oferecer tudo de que o cliente precisa. Os tempos de globalização exigem esse direcionamento“ disse Brito.
O novo foco da CEF entra em um mercado liderado pelo concorrente público. O Banco do Brasil responde hoje por 26% de todos os contratos de câmbio para exportação no país e 25% dos contratos de câmbio para importação. A carteira de crédito para o comércio exterior do BB é R$ 11019 bilhões (dados do primeiro trimestre) dos quais 596% são contratos de ACC e ACE.

O superintendente de Negócios Internacionais da CEF Flávio Petró disse que um estudo de mercado feito pelo banco mostrou que é possível conquistar 5% do total das operações de comércio exterior no país até 2014 quando o fluxo de importações e exportações deve somar US$ 421 bilhões.
Fonte: Folha de S.Paulo

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