A fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego era composta por 3.113 fiscais em dezembro de 2008. Um ano depois essa equipe havia encolhido para 2.949 e chega neste mês a 2.872 profissionais. ‘Tivemos uma redução significativa do quadro de auditores em razão de aposentadorias no segundo semestre de 2009 até o momento“ explicou a secretária de Inspeção do Trabalho Ruth Vilela.

Uma solução parcial está em curso. No dia 30 foi publicado o resultado do concurso para preenchimento de 234 vagas para o cargo cujo salário é R$ 13 mil. Essas contratações reforçarão a equipe do ministério mas não solucionarão integralmente as dificuldades. As equipes continuarão desfalcadas e essa situação tende a influenciar negativamente as autuações neste segundo semestre porque os novos contratados estarão em plena atividade somente em dezembro depois de passarem por treinamento. Nas contas do ministério seriam necessários 4.500 fiscais para dar conta da fiscalização em âmbito nacional.

Outro motivo para a redução no número de empresas vistoriadas aponta a secretária Ruth Vilela é a mudança nos métodos da fiscalização. “Em 2010 estamos implantando uma nova metodologia de trabalho que entre outras inovações conduz a fiscalização à busca de resultados mais qualitativos que quantitativos. Essa metodologia pressupõe planejamento bienal trabalho em equipe e não apenas individual e projetos temáticos e por atividade econômica“.

A secretária informou que sob o escopo desse novo método de ação existem 392 projetos de fiscalização além de sete projetos obrigatórios para cada regional entre os quais o monitoramento do recolhimento do FGTS e conclusão de processos de multas e débitos. Ela disse que as variações quantitativas dos resultados dependem do porte das empresas e das atividades econômicas selecionadas para serem objeto das ações fiscais.

A redução no número de empresas fiscalizadas também teve por consequência a diminuição na receita obtida com as multas. Nos cinco primeiros meses de 2009 essas penalidades renderam R$ 145 milhões. Em igual período deste ano essa receita baixou para R$ 133 milhões.

O mapa das autuações mostra que a contratação de trabalhadores sem carteira assinada se concentra nos Estados economicamente mais representativos. São Paulo lidera esse ranking. Neste ano até maio 16.807 pessoas jurídicas foram alvo de ação fiscal no Estado nas quais 40 mil pessoas trabalhavam sem que houvesse registro em carteira.

Em Minas Gerais 10 mil empresas foram multadas resultando no registro de 17 mil empregados. O Rio Grande do Sul é o terceiro do ranking com 8 mil empresas fiscalizadas e 14 mil trabalhadores em situação irregular. No Rio de Janeiro foram encontrados 12 mil pessoas em ocupação irregular em 6.500 empresas. E no Ceará a ação fiscal em 6 mil firmas culminou no registro de 11 mil empregados.

Fonte: Valor Econômico

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