Na última quinta-feira aconteceu uma reunião histórica das centrais sindicais e dos movimentos sociais. De forma unitária 40 lideranças representantes de 19 entidades nacionais decidiram atuar coletivamente no combate à crise levando às ruas de todo o país no dia 30 de março uma resposta contundente do povo brasileiro em defesa da redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salário de investimentos na reforma agrária na geração de empregos valorização dos salários e garantia de direitos.

Durante mais de três horas dirigentes da Força Sindical CGTB CTB NCST CUT UGT Intersindical Conlutas MST UNE UBES Marcha Mundial de Mulheres representações do movimento negro e comunitário dialogaram sobre a necessidade de responder à crise com unidade e mobilização em uma grande jornada pelo desenvolvimento. As linhas gerais de atuação já vinham sendo debatidas desde a Cumbre Sindical dos Trabalhadores das Américas realizada em Salvador mas a convocação ganhou peso após o Fórum Social Mundial com o pleno assumimento pela Confederação Sindical Internacional (CSI) Confederação dos Trabalhadores das Américas (CSA) Federação Sindical Mundial (FSM) e a Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul. Na mesma data serão feitos atos e mobilizações em vários países das Américas áfrica ásia e Europa denunciando a globalização neoliberal que fomentou a desregulação dos mercados as privatizações e a desnacionalização das economias como a responsável pela crise.

A complexidade do momento vai exigir da direção das entidades uma aproximação cada vez maior. Entre as prioridades do dia 30 que também é o Dia de luta pela terra na Palestina estão a defesa da paz a aceleração da reforma agrária a defesa dos empregos e o combate aos juros mais altos do mundo. A idéia é conformar a mais ampla unidade contra as demissões. As entidades deverão agir de forma rápida e conjunta. Se uma empresa demitir todas irão para lá.

Elogiando a maturidade das intervenções a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE) Lúcia Stumpf frisou que esta articulação deve ter consequência para além do ato do dia 30 para que tenhamos um leque de forças realmente amplo em condições de enfrentar e derrotar a política do tucano Henrique Meirelles.

Para o secretário geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves (Juruna) ficou evidenciado que “os trabalhadores não aceitam pagar pela crise e que a redução das taxas de juros é uma questão essencial neste momento“. Juruna também propôs que o movimento unitário se reproduza nas comemorações do 1º de Maio com as lideranças das centrais fazendo uso da palavra em todas as mobilizações a serem realizadas.

Em nome da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Carlos Rogério saudou a realização do dia 30 lembrando que “a unificação do conjunto das categorias somada aos movimentos sociais aponta desde já para uma jornada vitoriosa que deve pautar as demais ações daqui para frente“.

Na avaliação de Aparecido Pires de Morais da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) “a questão central é a redução dos juros pois com os patamares indecentes em que está a taxa selic acaba drenando as nossas riquezas para os especuladores internacionais“. Aparecido citou o exemplo das mobilizações contra os juros altos em frente ao BC e ressaltou que este é o caminho para pressionar por mais investimentos públicos.

Segundo Canindé Pegado da União Geral dos Trabalhadores a jornada deve ainda priorizar o fortalecimento das políticas públicas e a garantia de recursos para a área social pois representam um investimento contra a crise dialogando com a garantia de bem-estar e a qualidade de vida da população.

Representando o Conlutas Geraldinho avaliou a reunião como um salto de qualidade em benefício do conjunto da classe pois se estabeleceu uma luta comum contra o desemprego fortalecendo a ação de base para enfrentar o patronato e exigir do governo medidas mais efetivas contra a crise que saiam do campo das declarações formais de apoio como uma lei que proíba as demissões.

Fonte: Gestão Sindical

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