Atualmente está em estudo na Febraban uma metodologia para a medição do número de ataques virtuais decorrentes das ações dos fraudadores. Houve um levantamento do número de perdas do setor por causa das fraudes on-line em 2005 estimado em R$ 300 milhões. De lá para cá as perdas aumentaram mas não no mesmo ritmo do incremento do investimento dos bancos em segurança digital. “Os bancos investem em segurança digital o triplo e em alguns casos o quádruplo do que se perde com o ataque de fraudadores visando à manutenção da credibilidade do acesso on-line aos bancos“ diz Câmara.

Com o volume anual de investimentos o setor bancário tem mostrado um maior preparo para lidar com as ameaças digitais do que os bancos internacionais. Por aqui os bancos conhecem tanto o lado da defesa quanto o lado do ataque o que é importante para atingir um maior nível de segurança. Um dos maiores bancos de varejo do país o Bradesco barra 12 milhão de tentativas por mês contra a segurança via web diz o vice-presidente executivo Laércio Albino Cezar.

O Brasil pode ser considerado uma referência em segurança digital por conta dos fraudadores que há mais de um ano após o aumento da segurança digital aqui intensificaram os ataques em bancos no exterior. “Bancos de fora já fizeram consultas pedindo informações sobre as iniciativas de segurança digital praticadas aqui“ diz.

A preocupação com a proteção dos dados no ambiente virtual é vital para os bancos brasileiros cujos serviços on-line cada vez são mais acessados. Também não adianta um alto investimento em segurança digital só por parte dos bancos sem o comprometimento da outra ponta: o usuário final. Por esse motivo todo o setor bancário tem se preocupado com o investimento em educação digital para que internautas se previnam de golpes e armadilhas. “Há expectativa de que em 2011 seja feita uma campanha mais arrojada para a orientação dos clientes com relação à página on-line do banco e acesso aos e-mails.“

O comportamento do cliente no acesso on-line faz toda a diferença segundo Câmara. “é importante saber qual página on-line está sendo acessada como é o relacionamento on-line do banco com o cliente se há atualização constante do sistema operacional e softwares uso um antivírus e firewall“ diz Câmara.

Para avançar na segurança digital os bancos estão investindo na área de pesquisa de mecanismos de identificação por meio da biometria ou seja características físicas e comportamentais (impressões digitais veias da mão dos dedos íris do olho voz etc).

“A senha ainda é peça fundamental. Vai continuar existindo junto com a biométrica. Mas cada um dos mecanismos será usado conforme o contexto. O uso de um ou de outro dependerá da localização da pessoa: no caixa eletrônico no computador em casa no telefone por exemplo“ afirma Câmara.

Cada vez mais as transações migram dos terminais bancários ou caixas automáticos (ATM) para a internet. Nos caixas automáticos do Bradesco foram registradas 175 milhões de transações em julho aumento de 4% em relação a julho de 2009. Pela internet foram feitas 71 milhões de transações em julho deste ano. O aumento de transação on-line foi 30% maior do que o mesmo mês de 2009 afirma Laércio Albino Cezar.

Entre os 25 milhões de clientes que acessam a página on-line do Bradesco há cerca de 600 mil empresas que fazem transações on-line com o banco. Com o objetivo de aumentar a segurança digital o Bradesco começou a distribuir em 2010 o token óptico. Além de o usuário digitar sua identificação e senha na página on-line do banco ele precisa posicionar o token óptico na frente da tela para a geração de um código de autenticação gerado pelo token. “Há 220 mil tokens ópticos que estão sendo usados. Outros 300 mil serão distribuídos“ destaca.

No Brasil 367% dos usuários de internet usam equipamentos móveis para acessar a web quando estão em casa. No trabalho são 247% e em trânsito 386%. Os números são de uma pesquisa realizada pela Cisco divulgada no início de 2010 que considera como internet móvel todo o acesso realizado por laptops celulares smartphones e outros equipamentos similares.

“A fraude é maior nos meios de maior circulação de dinheiro. Hoje ainda trafega menos recursos em operações feitas por meio de equipamentos móveis. Mas estamos tomando as medidas necessárias para o aumento de segurança nesse meio que conta com proteção básica“ diz Câmara.

Fonte: Valor Econômico

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