Estudo da Consultoria Ernst & Young revelou que enquanto o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 978% nos últimos 15 anos as faixas de salários tributadas foram reajustadas em apenas 535%.


Na prática isso significa que mesmo que o poder de compra dos trabalhadores tenha sido mantido por meio de acordos salariais baseados na reposição da inflação o Leão abocanhou uma fatia maior dos rendimentos anulando parte do incremento da renda.

O levantamento mostra que o Brasil está entre os países da América Latina que têm a maior defasagem na tabela do IR perdendo apenas para a Venezuela e a Colômbia. Nessas nações a diferença entre a inflação a atualização da tabela nos últimos 15 anos ficou em 5672% e em 10836% respectivamente.

“O intuito com esse levantamento é alertar o governo que o mais justo do ponto de vista fiscal é no mínimo repor a inflação de cada ano na tabela do IR” afirmou o consultor de Imposto de Renda da Ernst & Young Daniel Villas.

Nos últimos quatro anos a tabela foi corrigida em 45% anualmente valor equivalente à meta de inflação perseguida pelo governo mas que não correspondeu em todos os anos ao avanço real dos preços.

Apesar de a Receita Federal ter anunciado que essa será a cartilha seguida na avaliação de Villas o melhor caminho seria procurar um modelo diferente. Para ele o Chile é o melhor exemplo a ser seguido pois o país reajusta a tabela do IR mensalmente de acordo com a carestia dos produtos na economia.

O consultor do Centro de Orientação Fiscal (Cenofisco) Jorge Lobão também defende a revisão dos parâmetros de correção da tabela do IR. “Sempre que não há o reajuste mas há reposição salarial pela inflação quem era isento do pagamento de imposto passa a pagar e quem pagava menos gasta mais com o tributo” ponderou.

Para ele é necessário discutir um modelo que leve em consideração a inflação passada ajustada pela previsão futura de alta de preços.

O estudo da Ernst & Young aponta ainda que em alguns países dos Brics (grupo formado por Brasil Rússia índia e China) não foi feito nos últimos 15 anos nenhum tipo de ajuste na tabela do IR. Na Rússia esse fato resultou em uma defasagem de 294% em relação à inflação enquanto na China a perda foi de apenas 2760%.

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