‘A Caixa Econômica Federal manteve boa lucratividade e índices de inadimplência sob controle no primeiro semestre em meio ao receio de especialistas de que o forte crescimento de suas operações de empréstimo e o agressivo corte de juros feito pela instituição poderia comprometer seus resultados e a qualidade da carteira de crédito.

O lucro do primeiro semestre somou R$ 31 bilhões cifra 103% maior do que o mesmo período do ano passado que garante um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido de 266%. A taxa de inadimplência recuou de 234% para 227% entre o primeiro e o segundo trimestres.

Desde o começou do ano passado atendendo a determinação da presidente Dilma Rousseff a Caixa cortou em quase 40% os "spreads" cobrados em algumas linhas de crédito. A aposta do banco federal era que poderia recuperar a queda nos juros com o aumento do volume de negócios. A sua carteira de crédito cresceu 425% entre junho de 2012 e de 2013. Altos índices de expansão vêm se repetindo desde 2008 pelo menos disseminando receios entre analistas econômicos sobre eventual aumento da inadimplência.

As receitas com operações de crédito mostra o balanço publicado ontem cresceram 26% no primeiro semestre de 2013 na comparação com igual período de 2012. E o aumento do crédito levou a um estreitamento do relacionamento com clientes contribuindo para uma alta de 143% nas receitas de prestação de serviços. "O resultado da Caixa mostra que o crescimento do crédito é sustentável" disse o vice-presidente de finanças do banco Marcio Percival.

Os indicadores de solidez da carteira de crédito até o momento continuam em geral positivos. As operações classificadas com notas entre 'AA' e 'C' faixas com menor risco subiram de 91% para 925% da carteira no primeiro semestre na comparação com o período imediatamente anterior.

As provisões para cobrir possíveis perdas de crédito subiram de R$ 36 bilhões no primeiro semestre de 2012 para R$ 43 bilhões na primeira metade deste ano. O incremento de 19% é menor do que o avanço da carteira de crédito observada no período de 43%.

A concentração dos empréstimos também caiu. O empréstimo ao maior devedor da Caixa de R$ 11 2 bilhões representava 26% da carteira em junho passado ante 27% no mesmo mês do ano passado. A fatia dos dez maiores devedores na carteira da Caixa caiu de 986% para 822% na mesma comparação. Quanto menos concentrada a carteira menos vulnerável o banco está à eventual inadimplência de um cliente.

Um indicador que merece maior atenção é que no primeiro semestre de 2013 a Caixa baixou R$ 26 bilhões a prejuízo alta de 47% em relação ao igual período de 2012 num ritmo um pouco mais forte do que o avanço na carteira de crédito. "Estamos aprimorando o processo de cobrança e os resultados vão aparecer no terceiro trimestre" disse Percival. A carteira de crédito da Caixa somava R$ 431 bilhões em junho o que manteve a instituição no segundo lugar no ranking de bancos pelo volume de empréstimos disse.

O índice de Basileia indicador de quanto capital próprio o banco tem para assumir eventuais perdas nos ativos ficou em 149% em junho um incremento de 18 ponto percentual em relação a março. O índice de Basileia da Caixa está acima do piso de 11% exigido pelas regras prudenciais do Banco Central mas em geral abaixo de bancos privados. O Tesouro Nacional único acionista do banco federal tem se comprometido a fazer aportes de recursos para atender as exigências legais e dar conforto para sustentar a forte expansão da carteira de crédito. (AR)

Fonte: Valor’

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