Diversos são os modelos teóricos que procuram analisar as relações entre trabalho e saúde mental. Alguns se situam na linha do estresse outros procuram entender essas relações a partir dos efeitos da dinâmica psicológica do próprio trabalho que coloca no centro das discussões as relações intersubjetivas. Marisa Palácios e colaborador do Centro de Ciências da Saúde Universidade Federal do Rio de Janeiro estudaram o trabalho e sofrimento psíquico de caixas de agências bancárias na cidade do Rio de Janeiro. As consequências de falhas de funcionamento são sentidas pelos funcionários que pagam por seus erros (“diferença de caixa“) como resultado de uma falha pessoal.

O mais adequado seria investigar suas origens e envidar esforços no sentido de organizar o trabalho de forma a minimizar as falhas. Concluem os autores que a análise do processo de trabalho dos bancários com suas variabilidades e dificuldades revelou que quando ocorre a “diferença de caixa“ as agressões dos clientes representam situações de sofrimento. Essas são situações favorecidas pela organização do trabalho que obriga os caixas a evitarem as regras de segurança e imputa-lhes a culpa da diferença. Adicionalmente essa conduta não oferece suporte aos caixas para responder apropriadamente às demandas dos clientes. O contexto de baixos salários e grandes transformações favorece o isolamento dos trabalhadores gera insegurança com relação ao futuro e é entendida como falta de reconhecimento. Com uma aproximação do trabalho real é possível entender as situações de trabalho como elas podem engendrar sofrimento e quais os seus determinantes. Fonte :: Cad. Saúde Pública

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