‘SãO PAULO – Os patrocinadores e contribuintes dos quatro principais fundos de pensão do País (Previ Petros Funcef e Postalis) terão de desembolsar cerca de R$ 58 bilhões para cobrir o rombo que essas entidades acumulavam juntas até 2015. O dado foi levantado pela Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga operações nesses fundos de pensão. Segundo o relatório da CPI além do déficit foram registradas fraudes de R$ 662 bilhões em aplicações financeiras.

As investigações realizadas por deputados e divulgadas ontem pela CPI revelam que as perdas dos fundos de pensão com 15 operações subiu de R$ 426 bilhões (valor estimado até a última terça-feira) para R$ 662 bilhões. O acréscimo no valor foi gerado por novos dados que indicam prejuízos de R$ 235 bilhões para Funcef Previ e Petros em operações com a Sete Brasil. Segundo o relatório as perdas ocorreram em investimento em cotas do FIP Sondas da Sete Brasil. Neste caso Funcef e Petros perderam cada uma R$ 1.107.147.58090. A Previ teria perdido R$ 143.974.29129.

O documento gerado pela investigação também indica evolução dos ativos em ritmo inferior ao esperado frente à meta atuarial. Apenas em 2015 esses ativos somando os fundos investigados ficaram R$ 56 bilhões abaixo do esperado. No acumulado de cinco anos essa diferença é de R$ 1134 bilhões. Em 2015 diz o relatório o ativo total da Postalis ficou R$ 823 milhões abaixo do esperado caso o desempenho de rentabilidade dos ativos fosse compatível com a meta atuarial. No caso da Funcef foi R$ 98 bilhões inferior. Na Petros essa diferença ficou em R$ 116 bilhões e na Previ em R$ 338 bilhões.

"Apesar do momento econômico que o país atravessa este resultado não pode ser atribuído apenas a este fator (crise econômica)" disse o relator o deputado Séictorrgio Souza (PMDB-PR). "Esse número reflete a urgência de alterações na legislação sobre Fundos de Pensão para reverter esse quadro de rentabilidade aquém do esperado" observou. O relatório final ainda deve pedir o indiciamento de João Vaccari Neto ex-tesoureiro do PT e de Carlos Alberto Caser ex-presidente da Funcef.

No ano passado o rombo dos fundos de pensão no geral alcançou R$ 778 bilhões segundo levantamento da na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). O aumento em relação a 2014 foi de 151%. Dez planos concentram 80% do déficit de todo o sistema sendo que nove deles são patrocinados por empresas estatais das quais oito são federais. Os três maiores fundos do País – Previ Petros e Funcef – respondem por mais de 60% do rombo.

Fonte: O Estado de S. Paulo’

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