No ano passado a quantidade de transações com cartões de débito cresceu 27% na comparação com 2007 período em que o número de cheques emitidos caiu 52%. O uso dos cartões de crédito também cresceu 235% fôlego que garantiu a vice-liderança no ranking da expansão dos meios de pagamento.

Mesmo com maior acesso aos meios eletrônicos os brasileiros não abrem mão de ter dinheiro vivo na carteira. A média de quantidade de papel-moeda per capita chegou a R$ 40893 no ano passado frente a R$ 35084 em 2007. Esses dados que foram divulgados ontem pelo Banco Central fazem parte do Diagnóstico do Sistema de Pagamentos de Varejo no Brasil estudo publicado anualmente desde maio de 2005. Para o BC a consolidação da pesquisa indica que há continuidade do aumento da utilização de papel-moeda e dos instrumentos eletrônicos de pagamento.

Nos últimos quatro anos o pagamento eletrônico cresceu 17% por ano enquanto a quantidade de cheques emitidos caiu 93%. Em 2008 houve 1373 bilhão de cheques que circularam com liquidação interbancária frente a 2136 bilhões em 2003. Já a quantidade de transações com cartões de débito saltou de 662 milhões em 2003 para 21 bilhões no ano passado.

O BC admite entretanto que a substituição do cheque por meios eletrônicos ocorre nas transações de menor valor. O valor médio dos cheques no ano passado chegou a R$ 835 frente a R$ 716 em 2007. O valor médio por transação com cartão de débito manteve-se em R$ 49 em 2007 e 2008 enquanto a operação média com cartão de crédito subiu de R$ 84 para R$ 86. Ou seja o cheque mantém-se firme em um nicho específico das transações.

Espaço para crescer

“Há espaço para criação de facilidades adicionais que possibilitem pagamentos de maior valor comandados eletronicamente a partir de pontos de venda“ cita o relatório do BC referindo-se a operações unitárias de valor menor que R$ 5 mil. Acima desse limite as operações devem ocorrer por meio de Transferência Eletrônica Disponível (TED) mecanismo lançado em 2002 quando foi criado o novo Sistema de Pagamentos Brasileiro.

O potencial de expansão dos cartões foi comprovado em 2008 quando pela primeira vez os cartões de débito cresceram mais que os de crédito. Em quantidade de cartões a alta foi de 14% no segmento de débito e de 12% nos cartões de crédito. Já em quantidade de transações o débito aumentou 27% enquanto os cartões de crédito tiveram expansão de 235%.

O BC prevê aumento da presença dos cartões de débito levando em consideração a baixa frequência de uso do produto: em 2007 cada cartão de débito registrou média de 93 transações por ano. Na Suécia foram mais de 124 usos por ano chegando a 159 na Finlândia. Já os cartões de crédito registraram no ano passado 184 transações por unidade o que se aproxima mais do que ocorre em outros países (154 usos por ano na França e 146 usos na Itália). As comparações com outros países consideram dados de 2007 devido à defasagem das informações internacionais.

O estudo do BC trata também do perfil do relacionamento entre clientes e instituições financeiras. Nada menos de 32% das transações bancárias realizadas no ano passado foram feitas por meio das redes de autoatendimento (ATMs). Foram realizadas por esse meio 7921 bilhões de transações no ano passado frente a 5672 milhões em 2003.
Fonte: Jornal do Brasil

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