O segundo colocado foi o Santander e o terceiro o J.P. Morgan. O Citi primeiro em 2008 se enfraqueceu com a crise e caiu para o quarto lugar. O Banco do Brasil veio em quinto posição nunca antes conquistada por um banco nacional.

Depois do congelamento no crédito internacional no fim de 2008 o ano passado foi movimentado e trouxe um recorde de captações externas de renda fixa para o Brasil de US$ 40907 bilhões um aumento de mais de 77% na comparação com os US$ 229 bilhões de 2008. Muitas dessas operações haviam ficado represadas no ano anterior. Empresas dos mais diversos tamanhos começaram 2009 com grandes necessidades de financiamento e o mercado externo acabou se mostrando interessante alternativa depois de o país obter seu terceiro grau de investimento em meados do ano. Os juros pagos nos eurobônus registraram recordes de baixa e os prazos de vencimento se alongaram. Títulos de 30 anos e até perpétuos sem vencimento final tiveram grande saída.

Diante da debilidade dos concorrentes em uma das mais graves crises financeiras da história os bancos que sofreram menos investiram no Brasil e conseguiram ajudar mais as empresas bancos e governo a buscar recursos no exterior. Os vencedores na crise tomaram a dianteira no “Ranking Valor de Captações Externas“ de 2009. O HSBC maior banco britânico em valor de mercado que não precisou recorrer à ajuda do governo de seu país para sobreviver assumiu a primeira posição pela primeira vez nos nove anos de existência do ranking do Valor.

Embora tenha registrado perdas com crédito no varejo no Brasil foi em 2009 que o HSBC colheu os frutos de seu investimento em executivos seniores na área de atacado. No início de 2007 o banco contratou em Nova York o russo Alexei Remizov ex-Dresdner e J.P. Morgan para se dedicar ao Brasil. Em 2008 tirou Marcelo Marangon e seu time mais próximo do Citigroup. O resultado se percebe nos números: o banco esteve à frente de US$ 23 bilhões em captações externas valor mais de seis vezes e meia superior ao total realizado em 2008. No ranking são considerados os empréstimos sindicalizados – com a participação de vários bancos – e os títulos. O HSBC também foi o primeiro colocado em três sub-rankings. O mais importante deles é o de “Bônus“ que inclui títulos de renda fixa e exclui os empréstimos.

O segundo colocado no ranking geral foi outro vencedor da crise pelo menos até agora: o Santander que no ano passado esteve à frente de US$ 21149 bilhões em captações externas para o Brasil. Em número de operações no entanto o banco espanhol manteve sua primeira posição ao liderar 17 transações.

A Espanha país da matriz do Santander no entanto vai continuar com retração no Produto Interno Bruto este ano e vê sua dívida pública crescer além de passar por um estouro de uma bolha imobiliária. Isso pode vir a impactar o Santander que no Brasil no entanto está capitalizado pela emissão pública de ações em 2009 de R$ 132 bilhões.

O terceiro colocado no “Ranking Valor de Captações Externas“ foi um dos maiores vencedores na crise dos Estados Unidos: o J.P. Morgan. O banco ficou muito próximo do Santander ao realizar US$ 207 bilhões em transações no mercado internacional para empresas governo e bancos brasileiros. O J.P. Morgan destacou-se principalmente no mercado de bônus corporativo para o setor público ao liderar US$ 825 bilhões em títulos para empresas estatais total que lhe garantiu o primeiro lugar nesse sub-ranking.

O quarto colocado no “Ranking Valor“ foi o Citi que liderou um total de US$ 1825 bilhões. O banco sofreu muito com a crise no mercado internacional e precisou de ajuda do governo dos Estados Unidos. No mercado de captações externas para o Brasil no entanto continuou a se destacar embora tenha perdido a primeira colocação obtida em 2008. O banco dividiu com o Santander a primeira posição no ranking “Empréstimos ao setor público“ ao estar à frente de um total de US$ 675 bilhões em transações para empresas estatais.

O Banco do Brasil um dos grandes ganhadores da crise foi um importante destaque: pela primeira vez na história do ranking de captações externas um banco brasileiro fica entre os cinco primeiros colocados. Um movimento de busca pela qualidade fez com que em 2008 e 2009 muitos depósitos de empresas brasileiras fossem transferidos de bancos privados internacionais e mesmo nacionais para o BB o que lhe permitiu ampliar sua força mesmo no mercado de crédito externo em dólar.

O gigante estatal conseguiu ainda a primeira posição no sub-ranking de captações por líder nacional passando o Itaú BBA o líder nesse ranking desde 2004. Itaú e Bradesco também subiram no “Ranking Valor de Captações Externas“ 11 e 6 posições respectivamente ganhando mais participação.

Quem mais galgou posições no entanto foi o Bank of America Merrill Lynch. O banco americano subiu 24 degraus seguido pelo BB que subiu 21. O Société Générale que ficou com a sexta posição no ranking geral foi o primeiro colocado em importante sub-ranking o de empréstimos externos sindicalizados ao liderar US$ 10144 bilhões em transações desse tipo. O Crédit Agricole ganhou a primeira colocação no sub-ranking de empréstimos ao setor privado que exclui as empresas públicas e o governo: liderou US$ 4356 bilhões.

Ao tomar um empréstimo de US$ 675 bilhões no meio do furacão a Petrobras conseguiu novamente destaque no “Ranking Valor de Captações Externas“ como o maior tomador/emissor. O empréstimo-ponte foi negociado pelo experiente time financeiro da empresa que acertou separadamente a transação com cada um dos bancos mas todos sob um mesmo contrato. Como a empresa tratou o empréstimo como um só a transação foi considerada no ranking e acabou levando os seis líderes para a posição de primeiros colocados

Fonte: Valor Econômico / CONTEC

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