Aproximadamente 61% dos movimentos observados obtiveram algum êxito no atendimento de suas reivindicações. As mobilizações organizadas por trabalhadores de empresas estatais apresentaram maior efetividade com 86% de greves com reivindicações atendidas total ou parcialmente. Esse percentual reduz-se para 71% nas greves na esfera privada e para 50% no funcionalismo público. Quanto ao atendimento total das reivindicações10 o percentual nas empresas estatais também foi superior (29%) seguido pelo da esfera privada (25%) e do funcionalismo público (5%). Em oito greves as reivindicações foram rejeitadas: quatro no funcionalismo público três na esfera privada e uma em empresa estatal.

Apesar dos resultados menos favoráveis das greves do funcionalismo público é entre elas que se constata o maior percentual de paralisações encerradas mediante compromisso de prosseguimento das negociações: 63%. Na esfera privada isso ocorre em 32% das greves e em empresas estatais em apenas um movimento.

Além da análise dos resultados diante das reivindicações que motivaram a deflagração das greves foram ainda examinadas as reivindicações geradas durante o desenrolar do movimento. Aqui foram obtidas informações sobre 62 paralisações que serão descritas a seguir.

Com relação ao tempo de paralisação em 20 greves foi conquistado o pagamento de parte das horas paradas sem a exigência de contrapartida. Em 18 greves os trabalhadores comprometeram-se a repor integral ou parcialmente as horas de interrupção do trabalho. Já em sete dos movimentos houve desconto dos dias parados.

No que se refere às decisões judiciais sobre o exercício das greves foram registradas 19 paralisações consideradas pela Justiça como abusivas e/ou ilegais – 14 no funcionalismo público estadual quatro no municipal e uma em empresa estatal. Seis greves foram consideradas não abusivas e/ou legais – duas no funcionalismo estadual duas no federal uma no municipal e uma em empresa privada. Ainda em sete paralisações as partes envolvidas aguardavam decisões judiciais sobre os movimentos e/ou reivindicações na ocasião em que estavam terminando.

Também é importante destacar algumas garantias asseguradas aos trabalhadores que participaram das mobilizações. Em cinco movimentos foi assegurada aos grevistas a garantia de estabilidade temporária no emprego. Em 12 paralisações obteve-se o compromisso patronal de não aplicar punições de qualquer espécie aos participantes das paralisações após a retomada das atividades.

Por fim cabe ressaltar que os resultados das greves antes de serem tomados como indicadores do poder de organização dos trabalhadores devem ser analisados à luz de diversos fatores como a extensão e complexidade da pauta de reivindicações os limites estabelecidos por legislação específica ou geral além das circunstâncias específicas a cada greve.

Para informações mais detalhadas visite o site www.dieese.org.br

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