Para ele a decisão do governo de deixar disponível ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) R$ 100 bilhões via Tesouro Nacional para financiar investimentos de longo prazo é bastante correta e precisa ser amplificada. Os bancos no Brasil não estão realizando empréstimos às empresas e consumidores. Na crise revela-se o caráter coletivista do sistema de crédito nacional.
Para Belluzzo o governo precisa adotar uma atitude mais positiva em relação ao crédito como emprestar diretamente às empresas pois as instituições financeiras comerciais ficaram conservadoras demais num período de retração econômica e o risco é levar o País à recessão. Na avaliação dele se os bancos não querem conceder financiamentos o governo deveria fazê-lo diretamente com recursos do Tesouro Nacional. Esse movimento está ocorrendo nos EUA e na Inglaterra onde os respectivos governos estão injetando volumes expressivos de capitais para que o sistema financeiro e empresas voltem a trabalhar normalmente comentou. O Estado não pode deixar a economia parar se os bancos comerciais decidiram não conceder empréstimos.
De acordo com Belluzzo o governo está correto em agir vigorosamente com medidas de cunho fiscal e monetário porque o País passa por uma profunda queda do nível de atividade. Ele ressaltou que tal desaceleração é perigosa e pode deprimir o consumo de forma crônica e ampliar a freada que o País já observou nos últimos três meses. E sem o retorno do fluxo pleno do crédito destacou Belluzzo a economia tende a declinar de forma ainda mais acentuada no curto prazo.
Nesse contexto Belluzzo defende também que o governo adote uma estratégia mais ampla para sustentar os investimentos de longo prazo como redução do superávit primário. Uma diminuição do superávit primário na atual conjuntura é necessária para que tais recursos sejam destinados especialmente à ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo o que é essencial para proteger a produção e os empregos do País destacou.
O economista-chefe da LCA Braulio Borges estima que tal poupança do Orçamento atingiu 42% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2008. Para cada queda de 1 ponto porcentual do superávit primário o País cresce 04 ponto porcentual. O superávit primário precisa ser utilizado de forma anticíclica. E agora é o momento adequado para ser aplicado de forma expressiva para estimular a economia aponta Belluzzo.
Fonte: Correio Braziliense